terça-feira, 31 de julho de 2012

ARQUITETURA BIZANTINA

Enviado por Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa -

Obra-Prima do Dia - Catedrais Bizantinas

Arquitetura - Catedral de São Vladimir (1882)



A Catedral de São Vladimir, em Kiev, capital da Ucrânia, é a catedral mãe da Igreja Ortodoxa Ucraniana. Erguida para comemorar os 900 anos do batizado do príncipe russo Vladimir, o Grande de Kiev, foi feita com doações de todo o povo russo.

Kiev era então uma das cidades mais importantes do Império Russo e seu santo padroeiro, São Vladimir, um santo venerado em todo o país. As doações começaram a ser captadas em 1852 e em 1859 já tinham em caixa mais de 100.000 rublos.


A planta é a tradicional das igrejas bizantinas, com três absides coroadas por sete cúpulas. A cúpula principal, onde se ergue a cruz, mede 49 metros. Mas é o interior multicolorido da igreja que mais chama a atenção. Mosaicos executados por mestres venezianos, afrescos criados por mestres-pintores, enriquecem sobremaneira a catedral.


O portão de entrada (foto acima) é ornamentado com esculturas em bronze de Santa Olga (a princesa Olga de Kiev) e de São Vladimir, contra um fundo azul.

O interior da igreja é deslumbrante. A luz difusa e o ouro nos mosaicos e nas imagens tornam o ambiente propício à meditação e à oração. Sempre imagino como seriam esses templos - de qualquer fé - antes da indústria do turismo...


O iconostasis, a parede ou biombo que separa o sacrário da nave principal, é esculpido em mármore branco de Carrara e como todos os iconostasis das catedrais russas, é o local de veneração dos santos ícones. A construção do edifício terminou em 1882, mas as pinturas só ficaram prontas em 1896.

A imagem da Santa Mãe de Deus no altar da abside principal impressiona pela austera beleza, sendo uma das obras-primas da pintura universal (foto abaixo).


É de se notar que essa maravilha sobreviveu a duas guerras mundiais, uma longa revolução e uma guerra civil.



Kiev, Ucrânia



 


Enviado por Ricardo Noblat -
31.7.2012
| 11h45m
Política

Nova enquete: Alguns réus do mensalão serão condenados

quarta-feira, 25 de julho de 2012

CEL. ZOROASTRO DE OLIVEIRA

                                                                                                                           Tarcísio Brandão de Vilhena    

É uma oportunidade rara, e com um significado muito especial para mim, falar sobre o Cel. Zoroastro de Oliveira. Figura ímpar que fez de sua vida a personificação de virtudes fundamentais, como a prudência, a sobriedade, a coragem e a justiça, a elas acrescentando aquela que seria talvez a sua maior qualidade: a generosidade.

Não o conheci pessoalmente, mas através de meu pai, conheci a nobreza do caráter de um verdadeiro paradigma que influenciou toda uma comunidade. Raro privilégio esse que tenho de poder retratar a memória desse eminente Campanhense, homem público de grande prestígio e com extraordinária visão de futuro que, durante muitos anos, liderou a política da Campanha.
No período de 1º de janeiro de 1908 a 31 de dezembro de 1927, o Cel. Zoroastro foi Agente Executivo. Deixou espontaneamente de concorrer a novas eleições, mas continuou líder absoluto da política Campanhense. Mesmo com o seu falecimento, ocorrido em 1931, sua política continua através de um grupo cidadãos, amigos e correligionários, os chamados "Os Continuadores da Política de Zoroastro de Oliveira". Com o apoio popular e o respaldo dos dirigentes políticos, houve uma extraordinária manifestação pública que reuniu as lideranças políticas e a população em geral, liderada pelo o Dr. Serafim Maria Paiva de Vilhena, seu amigo pessoal, que discursou conclamando a população Campanhense a apoiar e dar continuidade às ideias desse extraordinário líder e eminente cidadão que foi Zoroastro de Oliveira. Esse movimento só termina em 1934, com a promulgação da nova constituição Brasileira, legitimando Getúlio Vargas na presidência da República, e ainda trouxe, profunda modificação política no país, atingindo estados e municípios.
Campanha se notabilizou sempre por atitudes de vanguarda, o que demostra o pioneirismo de sua gente. Em 1898, a administração pública remodela o sistema de distribuição de água potável, através da construção de uma caixa d'água, distante do largo Rosário, contendo uma caixa de filtração, encanamento de tubos de ferro, divididos em vários ramos que passam pelas principais ruas da cidade. Ainda não era um serviço de abastecimento completo. Embora fosse água de boa qualidade posta à disposição da população, não havia rede de distribuição que levasse a água às casas.
Dados do Ministério das Cidades indicam que, ao despontar do século XX, havia em todo país apenas 57 cidades dotadas de serviços públicos de abastecimento de água por rede distribuidora. Entre as capitais dos Estados, duas cidades ainda não possuíam sistema de abastecimento de água: Paraíba do Norte (atual João Pessoa) e Florianópolis. Quanto aos serviços de esgoto, a cidade do Rio de Janeiro foi a primeira capital brasileira, e a quinta do mundo, a dispor de sistema de esgotos sanitários, o que ocorreu em 1864. Somente no ano de 1875 é que Recife e São Paulo constroem a rede de esgoto sanitário.
O Cel. Zoroastro de Oliveira, logo que tomou posse como Presidente da Câmara a 1º de janeiro de 1908 e, consequente, Agente Executivo, começa a por em prática suas ideias progressistas, demonstrando ser um homem que estava à frente de sua época. Com efeito, preocupou-se inicialmente e prioritariamente com saneamento básico da cidade, para oferecer melhor qualidade vida à população Campanhense. Isso fica muito evidente nas prestações de conta que, a cada final de ano, fazia à Câmara Municipal, nas quais, entre outros assuntos tratados, demonstra a sua preocupação com os óbitos decorrente de febres parasitárias ou de febres típicas e paratíficas.
Com aprovação da Câmara, contrata os serviços da Casa H. Smith do Rio de Janeiro, que já lhe havia oferecido para executar gratuitamente o levantamento das plantas para a rede de abastecimento de água potável e redes de esgotos sanitários na cidade, correndo por conta da municipalidade a despesa com passagem dos engenheiros, hospedagem e camaradas necessários para o serviço.
Uma vez aprovada a proposta, a firma H. Smith envia dois engenheiros, que permaneceram na cidade por 20 dias, executando os trabalhos de levantamento e confecção das plantas.O abastecimento d'água é orçado em 99 contos de réis e o da rede de esgoto sanitário em 45 contos de réis.
 Cel. Zoroastro reúne a Câmara em seção extraordinária para expor aos senhores vereadores o que significa para a cidade o saneamento básico, a necessidade de fazê-lo e os benefícios para população advindos desse imperioso projeto. Solicita dos senhores vereadores a aprovação para negociar com o Governo Estadual a contratação de um empréstimo de 150 contos de réis. Três vereadores se posicionaram contra, alegando que se a Câmara não pagasse o Estado iria cobrar dos vereadores. Os seis outros vereadores dão o seu integral apoio ao projeto, enaltecendo-o pela importância e pelo significado dessa notável obra para a cidade da Campanha, e ainda congratularam com o Presidente da Casa pela excelência do projeto, e pelo ineditismo da obra em toda região Sul Mineira. Com 6 votos a favor e 3 contra, o Sr. Presidente declara o projeto aprovado.
Cel. Zoroastro trata diretamente com o Governo de Minas a contratação de um empréstimo para Câmara da Campanha no Valor de 150 contos de réis, a juros de 6% ao ano, com amortização anual de 2% do sobre o valor nominal, exclusivamente para realização dos trabalhos de implantação da rede de água e da rede de esgoto.
Cumpridas pela Câmara Municipal da Campanha todas as exigências burocráticas impostas pelo o Estado, o empréstimo é, finalmente, aprovado. Em 1º de janeiro de 1912, o valor de 150 contos de réis foi posto à disposição da Câmara Municipal. O valor só poderia ser retirado em parte pelo empreiteiro à medida que as obras fossem sendo concluídas.
Cel. Zoroastro tem também a aprovação da Câmara para contratar, com recursos da municipalidade, a rede telefônica com a Cia. Bragantina de São Paulo e a rede elétrica com Jules Duclou e Merce-Bouilloux Lafont.A linha de Bondes foi melhorada para melhor atender os viajantes que se destinam a São Gonçalo e têm concorrido com diminuição dos pesados carros de boi que danificam as estradas e ruas da cidade.
Por indicação do Dr. Lourenço Baeta Neves, designado pelo o Cel. Zoroastro, engenheiro chefe da comissão de melhoramentos municipais, a Câmara adquire parte da Fazenda do Engenho Velho, com 48,5 alqueires de terra de cultura e servidão de água, pela quantia de 14 contos de reis O local dessa fazenda chamado "Cocho" foi escolhido para abrigar a represa de captação de água canalizada do manancial situado na serra do Coroado ou serra das Aguas.
O material metálico para os serviços de captação e da rede de distribuição de água foi todo comprado na Alemanha pela Casa Herm Stoltz & Cia. do Rio de Janeiro. O cimento, manilhas de barro e demais acessórios para rede de esgoto foram adquiridos na Companhia Mecânica Importadora de São Paulo.
Importante observar que a rede de esgoto dispunha de uma particularidade avançada para época: era dotada de 6 tanques fluxíveis com descargas automáticas a cada 2 horas para lavagem da rede de esgoto.
Tendo esgotado todo o valor de 150 contos de réis com as obras, a Câmara aprovou a negociação de um outro empréstimo suplementar no valor de 40 contos de réis.
Simultaneamente à rede de água encanada e ao esgoto sanitário o Cel. Zoroastro construiu o Cemitério Municipal, dotado de um Necrotério todo ele revestido em mármore. O cemitério foi dividido em 10 quadras, sendo as duas primeiras quadras destinadas aos jazigos perpétuos; as quadras de números 3, 5 e 7 às sepulturas rasas para adultos; as de números 4, 6 e 8 destinadas às sepulturas rasas para crianças; a de número 9 para sepultar os não católicos; a de número 10 reservadas a pessoas falecidas por moléstias contagiosas. Todas as sepulturas eram arruadas e alinhadas, com numeração em placas de ferro esmaltado. A inauguração aconteceu em 1º de agosto de 1913, com a presença do Bispo Diocesano que o benzeu.
Construiu o Matadouro Municipal, estabeleceu a coleta diária de lixo, a proibição dos chiqueiros de criação de porcos na cidade, limpeza do ribeirão Santo Antonio, limpeza permanente dos córregos e das vielas. Essas duas importantes construções e as medidas de caráter permanente, sem dúvida alguma, foram providências profiláticas necessárias à complementação do saneamento básico.
O saneamento básico da cidade foi a prioridade do Cel. Zoroastro. Todavia, obras de infraestrutura não estiveram alheias às suas metas de governo; a estrada de automóvel ligando o distrito da Ponte Alta (atual Monsenhor Paulo) ao município foi importante realização para o escoamento da produção agrícola, principalmente o café, antes, levado por um numero enorme de carros de boi, necessitando de várias viagens até a estação da estrada de ferro da Rede Mineira de Viação.
A construção da ponte sobre o rio Palmela, que fez parte do projeto da estrada, encurtou o trajeto, que passou a ter 32 km, possibilitando um caminho mais rápido e seguro.
A ponte de concreto sobre o ribeirão Santo Antônio e um passeio cimentado, da ponte até o Hotel Campanhense, possibilitando o acesso à Estação da Estrada de Ferro; a desapropriação e remodelagem do antigo Teatro São Cândido que passou a chamar Theatro Municipal; construção da ponte sobre o ribeirão Santo Antônio para acesso a Três Cruzes (antigo morro dos Pintos, hoje Bairro Canadá); construção da estrada de automóvel para o Campo Grande e melhoria ao acesso para Águas Virtuosas (hoje Lambari) e tantas outras intervenções de pequeno porte mas necessárias ao desenvolvimento da cidade.
Retomando informação apresentada anteriormente, dados do Ministério da Cidades indicam que, no limiar do século XX, somente 57 cidades, incluindo as capitais brasileiras, tinham sistema público de distribuição de água potável. Quanto ao esgoto sanitário, eram poucas as capitais dos Estados que tinham rede estabelecida.O último Censo Demográfico constatou que, no ano 2000, o Brasil possuía, aproximadamente 9.900.000 domicílios sem acesso ao abastecimento de água por rede geral. No tocante ao esgoto, pouco menos 20 milhões de domicílios não possuíam coleta por rede geral.Essa situação, extraída de dados oficiais, evidencia de modo bem claro o pioneirismo da Campanha e enaltece a visão desse notável cidadão Campanhense que foi Zoroastro de Oliveira, homem público que devotou a sua vida ao engrandecimento de sua terra natal, dotando-a no ano de 1914 de uma estrutura ainda inédita para a maioria das cidades brasileiras.A ação empreendida pelo Cel. Zoroastro ganha ainda mais importância ao se constatar que a atual estrutura do Brasil, em termos de saneamento básico, é prejudicial ao desenvolvimento econômico do país, uma vez que serviços inadequados de saneamento básico – ou a ausência destes – geram uma série de externalidades negativas sobre a saúde pública, o meio ambiente e, consequentemente, ao desenvolvimento econômico. Dessa forma, é de fundamental importância que o acesso a esses serviços seja universalizado.


domingo, 22 de julho de 2012

ESPECULAÇÕES POLITICAS DE UM JORNALISTA -JORNAL O TEMPO

..."Renata Vilhena, no entanto, reúne todos os quesitos para entrar na negociação. Primeiro: assim como Dilma é uma soldado do partido. Não tem ligações partidárias e caminhará obedecendo diretrizes de Aécio/Anastasia. Isto sim é mais confiável.
Segundo: entra na linha de marketing de Dilma, "a mulher no poder".  Governo de Minas em 2014 teremos a simpatia do eleitorado feminino de MG. Afinal fará história, ou seja, com mandato efetivo será a primeira mulher governar Minas Gerais. 
Bonita, bem articulada, tecnicamente ajustada. Perfeito até demais para os planos de Anastasia/Aécio. Quer outra dica?! Está aparecendo muito nas colunas sociais dos jornais, em especial a de Raquel Farias, de O TEMPO, mais tucanos dos jornais da capital".

Jornal "O Tempo"

sábado, 21 de julho de 2012

CÂMARA DE VEREADORES DE CAMPANHA

                                                  VERGONHOSA IMPUNIDADE

"A traição nunca triunfa. Qual o motivo?/Porque. se
triunfasse, ninguém mais ousaria chamá-la de traição"
J. Harington
A decisão do Presidente em exercício da Câmara de Vereadores da cidade de Campanha, vereador Gilson César Prock, de encerrar os trabalhos da CPI que apura a ação delituosa do Presidente da Casa, vereador Pedro Messias, flagrado vendendo "anfetamina" a um motorista de caminhão, além de ser um ato à custa da verdade, da razão e da justiça, sem fundamento em regras e leis, também deixa clara a existência de um conluio entre os vereadores que compõem a Câmara Municipal da cidade, com objetivo explicito de não punir o vereador transgressor da lei.
Nada mais abominável do que o conluio e a corrupção, ainda mais se praticado por representantes do povo, cujos proventos são pagos pelo contribuinte, e os poderes a eles conferidos foram outorgados por seus eleitores. O conluio é um ato amoral e aético, com agravante de enganar e defraudar pessoas, traindo-as com vistas à obtenção de vantagens pessoais.
Ha de se suspeitar também da correição da comissão que compõe a CPI, mesmo com a alegação de que irão entrar com mandado de segurança contra a decisão do presidente da casa. Em 60 dias, nada concluíram de objetivo e, ainda, perderam todos os prazos que tinham para apuração dos fatos. Ora, Campanha é uma cidade pequena, com um população urbana de cerca de 5.000 habitantes, o que favorece qualquer tipo de investigação. Ainda mais que, no caso ora tratado, está suficientemente comprovada a autoria do delito, exibido em rede nacional de televisão, em horário nobre, sendo o vereador Pedro Messias mostrado, com total nitidez, negociando a venda de anfetamina e, ainda, orientando o motorista sobre como usar o produto.
O conluio está intimamente associado à corrupção, pois nas duas práticas existe uma característica comum: a ação de desviar deveres formais da função pública para satisfazer interesses pessoais, ou de um grupo fechado e, geralmente, com vantagem pecuniária.
Ao tecer esses comentários, não faço suposições levianas, tampouco estaria pré-julgando. Baseio-me unicamente em fatos públicos e notórios, que evidenciam a repugnante conduta dos senhores vereadores. Cabem aqui duas perguntas: onde e como o vereador conseguiu uma droga de uso controlado, de comercialização proibida?
E, diante dos fatos sobre os quais hoje nos debruçamos, estupefatos, o que levaria os senhores vereadores a darem abrigo a um inescrupuloso e transgressor da lei? Não sabem que estão levantando suspeitas contra eles próprios, e traindo aqueles que lhes proporcionaram, pelo voto, suas respectivas eleições? É lastimável assistir a coisa pública ser trocada pelo interesse pessoal e, possivelmente, por motivos inconfessáveis.Porém, se os motivos são inconfessáveis, evidentes são as provas de que, de forma generalizada, o que existe hoje na Câmara Municipal é um conjunto de ações suspeitas e condenáveis, todas documentadas em vídeos: entrevista do presidente em exercício, quando comunicou o encerramento do processo, por perda de prazo; entrevista dos vereadores que compunham a CPI se desculpando e apresentando justificativas esdrúxulas que só os incautos acreditariam; entrevista do inescrupuloso vereador em atitude ostensiva, arrogante, se alvorando em citar normais legais, como se fosse um defensor dos preceitos legais, naturalmente achando que isso o isentaria de responsabilidade à sua ação delituosa. A quem eles pensam que enganam?
Lastimavelmente, todos esses indícios levam-nos à suspeita de uma deslavada farsa levada a efeito pelo senhores vereadores que compõem a Câmara Municipal da cidade de Campanha, através de um abominável conluio entre eles.
Será que nessa vergonhosa excrescência praticada pela Câmara Municipal de Campanha existe algum vereador que não pactuou com essa sórdida traição? Sim, porque nesse contexto houve, sem dúvida alguma, uma traição. Traição à comunidade Campanhense e, em particular, aos eleitores. Segundo os psicólogos, vários são os fatores que levam à traição de um povo, particularmente, a seus eleitores, sendo o mais comum a falta de cultura.
Estaria a Câmara de Vereadores de Campanha nivelada por uma inferioridade cultural?
Em relação ao eleitorado Campanhense, espera-se que saiba exercer sua cidadania, e que seja cônscio de sua responsabilidade, rejeitando esses vereadores que renegaram a condição de legítimos representantes do povo, em favor de um forasteiro inescrupuloso que veio para denegrir a imagem desse solo abençoado, da nossa Campanha, orgulho de um povo, e que tanto nomes ilustres deu ao Brasil, ao longo de sua virtuosa história.

Tarcísio Brandão de Vilhena



quinta-feira, 12 de julho de 2012

PERSONALIDADES CAMPANHENSES

Pg. 70. Seção 1. Diário Oficial da União (DOU) de 30/10/1912





                             DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO ANO DE 1.912



Foi sempre tradição na cidade Campanha o notável gosto pelas letras, o que motivou o grande número de filhos da cidade graduados pelos cursos superiores do país. O ensino de humanidades completo se difundia por todas as camadas sociais, ao ponto em que até as pessoas de condição humilde sabiam a fundo a língua latina.Neste aspecto, suponho que nenhuma cidade do interior superou Campanha durante o período Imperial.
O engenheiro militar, Dr. Francisco Xavier Lopes de Araujo, Barão de Paríma, não foi político, não realizou negociações diplomáticas, não firmou tratados. Era um técnico e, nesta condição, serviu nas fronteiras. Possivelmente, ninguém tivesse tido maior numero de comissões desta natureza. Percorreu a linha de nossas fronteiras em diversos de seus trechos.Presidiu a comissão brasileira de limites com o Uruguai e, mais tarde, como chefe das respectivas comissões mistas, serviu na demarcação de nossos limites com o Paraguai e do extremo norte do Brasil, ao definir as fronteiras com a Bolívia e com a Venezuela.
Pelos relevantes e extraordinários serviços pais, foi agraciado com o título de Barão de Parima.
Na Faculdade de Direito de São Paulo, em 1827, dos quatro estudantes mineiros que ali se matricularam, três eram da Campanha: o Dr. Tristão Antonio de Alvarenga, o Dr. José Christian Garção Stockler e o Dr. Cyrino Antonio de Lemos.
E, cada vez mais,os filhos da Campanha tiveram entrada nos cursos superiores, espalhando-se por todos diversos ramos das profissões liberais e muitos haviam de conquistar renome, não só em Minas, como em todo pais.
Na literatura, a figura proeminente é a do Dr. Américo Lobo, que deixou diversas poesias líricas e outros trabalhos importantes. Traduziu as Buccolicas de Virgilio, o Tartufo de Mo-Here e a Evangelina de Longfellow. Essas duas ultimas traduções constituem verdadeiras obras-primas.
O Dr. Simplício de Saltes que, infelizmente, pouco sobreviveu à sua formatura, conquistou enorme reputação literária na Faculdade de São Paulo, que Couto Magalhães fez à sua biografia com os maiores elogios.
Xavier da Veiga pontificou na imprensa de Minas, onde redigiu a Província; e, nele, o literato se aproximava do público.
O Dr. Francisco Honório Ferreira Brandão, redator do Colombo, mostrava urna solida cultura e um estilo primoroso.
No Monitor Sul Mineiro, o Dr. Evaristo da Veiga, de uma imaginação fecunda, deixou páginas inolvidáveis, e o Dr. Saturnino da Veiga escrevia com elegância.
Na imprensa, o Dr. Stockler o e o Dr. João Bráulio Moinhos de Vilhena Júnior fizeram extraordinária obra literária. Stoekler tanto se revelou um polemista vibrante, como um fino humorista, e em João Braulio Júnior predominou a sua alma de poeta que a todos encantava. Médico de reconhecida competência, jornalista brilhante, político de grande prestígio, orador fluente, parlamentar respeitado e atuante, e secretário de estado.
Na geração mais nova, surge o Dr. Veiga Miranda, com promissores trabalhos poéticos e literários. Nos estudos históricos, Xavier da Veiga deixa obra vasta. São deles as Ephemerides Mineiras, em que ele consumiu as suas energias e nelas encontram-se importantes elementos para a História de Minas. Além disso, organizou o Arquivo Público Mineiro.
Perdigão Malheiros escreveu o apreciado trabalho da história do Brasil, de 1500 até 1819. Dr. Francisco de Paulo Ferreira de Rezende deu á publicidade interessantes estudos histórico. O Comendador Bernardo Saturnino da Veiga, depois de uma longa excursão pela vasta região Sul Mineira escreveu o Alfonte Sul Mineiro,
O Dr. Francisco Lobo tem diversos trabalhos de grande merecimento, como a Busca das Esmeraldas, Descobrimento e devastação do Território de Minas Gerais e o romance Tio Espedito de Espinosa.São trabalhos de muita investigação, e escritos com o maior escrúpulo.
Julio Bueno, operoso escritor, redige o Almanaque da Campanha, por incumbência do infatigável redator do Monitor Sul Mineiro, o Sr. José Pedro da Costa.
Nas ciências jurídicas e sociais, a maior figura é o Dr. Perdigão Malheiros. Além de ter sido o grande jurisconsulto da Emancipação, foi também um dos maiores jurisconsultos do Brasil. Presidiu, durante cinco anos, o Instituto dos Advogados do Brasil, e depois foi Presidente honorário desse mesmo Instituto. Produziu, ainda, o Manual do Procurador dos Feitos da Fazenda;
O Dr. Francisco Veiga, professor da Faculdade de Direito de Minas, foi redator da Resenha Jurídica. O seu reconhecido preparo em assunto de direito é versado em matéria de finanças, e sendo uma respeitável figura, presidiu por muitos anos, a Comissão de Orçamento da Câmara dos Deputados.
João Pedro da Veiga Filho, professor da Faculdade de Direito, e Diretor da Escola de Comércio de São Paulo, publicou o Manual da Ciência das Finanças, obra clássica sobre o assunto. E escreveu, além disto, uma longa série de interessantes monografias sobre assuntos econômicos e financeiros. A sua obra foi vasta. Foi uma autoridade sobre estes assuntos e acatada em todo o país.
O Dr. Gabriel de Rezende, professor dos mais ilustres da Faculdade de S. Paulo, com diversos trabalhos raros.
Estevão Lobo, professor da Faculdade de Direito de Minas Gemes, gozava de grande reputação Era um estudioso do direito. Publicou monografia sobre a autoria coletiva e cumplicidade, e deixou esparsos, pelos jornais e revistas, da época. Produziu outros trabalhos de valor, como Criminalidade Juvenil, culminando em sua atuação parlamentar, onde elaborou trabalhos eruditos na organização das Leis de Minas.
Dr. Muller de Campos, foi professor da Escola Militar e depois General Chefe das fortificações da República
Eugênio Vilhena de Morais, Professor, Escritor, Poeta e Diretor do Arquivo Nacional
Martiniano da Silva dos Reis Brandão, foi Diretor de Óbras Públicas em Minas Gerais
Nas ciências médicas, o Dr. Vital Brazil descobriu o soro antiofídico e dirigiu em São Paulo o modelar Instituto de Butantã. Também devem ser destacados os drs. Francisco Honório Ferreira Brandão, Mathias Antonio Moinhos de 'Vilhena e Rodolpho Vilhena de Morais, três renomados médicos que se impuseram pela competência no exercício da medicina.
Na carreira eclesiástica, distinguiram-se como pregadores os Vigários João de Deus e o Cônego José Theophilo Moinhos de Vilhena que, não só pelo conhecimento, mas também por suas virtudes, chegaram às altas dignidades da Igreja.
Dom Francisco da Silva, Arcebispo do Maranhão. Dom João de Almeida Ferrão, Bispo da Campanha.
Monsenhor Paulo Emílio Moinhos de Vilhena, Vigário Geral da Diocese da Campanha, Protonatario Apostólico e Administrador Apostólico da Diocese. Iniciou seus estudos em Campanha e, aos 19 anos, foi para o Seminário de Mariana, nessa época funcionando no Caraça, tendo sido ali matriculado em 5 de outubro de 1865. Estudou Filosofia, Escolástica, Teologia Moral e Dogmática, Direito Canônico, Hermenêutica, Liturgia e Eloqüência Sagrada. No dia 4 de junho de 1871, no Santuário do Caraça, recebeu as ordens sacerdotais das mãos de Antonio Ferreira Viçoso, Dom Viçoso, Bispo da Diocese de Mariana.
Na magistratura, houve três grandes figuras: o Dr. Ferreira de Rezende, o Dr. Américo Lobo e o Dr. João Braulio Moinhos de Vilhena.
Ferreira de Rezende teve assento no Supremo Tribunal Federal, mas a sua figura não se revelou por completo; viram-no, apenas, a linha austera e seu caráter. Ele chegou enfermo e faleceu logo depois.Américo Lobo foi também ministro do Supremo Tribunal Federal. João Braulio Moinhos de Vilhena ficou em Minas, onde fez toda a sua carreira de magistrado, em que alcançou a suprema investidura. Não chegou ao Supremo Tribunal Federal, tendo declinado do convite que lhe fora feito, alegando motivos pessoais. Entretanto, ninguém elevou mais alto a Justiça no país, quer pela lucidez, quer pela retidão de suas sentenças. Dir-se-ia que João Braulio era a própria encarnação da Justiça, serviu-a em todos os gráos; e, durante vinte e um anos, presidiu o Tribunal de Justiça de Minas Gerais.
Como Campanhense que sou e que conheço nossa gente, nossas raizes, sei que os exemplos são inúmeros e se fôssemos homenagear todos todos Camapnhenses que o fazem por merecer, precisariamos redigir um livro, ao invés de uma sucinta matéria. Porém, mais importante que os nomes, nesse caso, é a origem, a fonte de cultura na qual todos beberam e que fez com que eles alçassem vôos tão altos na história não só de nossa cidade, mas do país.É essa fonte que hoje celebro, através dessas linhas, e cuja recordação devemos manter sempre viva. Mais do que isso: devemos ter orgulho da veia humanística e literária da Cmpanha, e dos valorosos filhos que ela produziu, do Império até os dias atuais.

Tarcísio Brandão de Vilhena

segunda-feira, 9 de julho de 2012

UMA NOVA ORDEM POLÍTICA

Se nos dedicarmos a observar atentamente, como o assunto merece, veríamos o mar de lama em que se converteu a vida pública brasileira. Escândalos seguidos de escândalos que nos deixam perplexos e sem motivo para sermos otimistas com a política do nosso país. Nela, existe um ranço patrimonialista, arbitrário e cínico que se mostra abertamente nos homens dos altos escalões, que se apresentam à nação envolvidos nos mais escabrosos casos de corrupção, nepotismo e descaso com a coisa pública. O que nos parece é que vivem uma espécie de delírio que os coloca em outro mundo. Os governantes e membros de escalões importantes falam como se vivessem em outro país. Não por acaso, muitos se referem a Brasília como sendo uma espécie de "Ilha da Fantasia", onde vive um povo distante do resto do mundo, alheios à realidade que o cerca.Por outro lado, existem preocupações legitimas de políticos sérios que defendem recursos legais e disponíveis, como as CPIs (Comissão Parlamentares de Inquéritos), que fazem vir à tona a tortuosidade do sistema, cujos integrantes estão envolvidos nos mais complicados episódios, que vão do desvio de verbas públicas ao tráfego de influência.Todavia, as CPIs têm também e, principalmente, função política, o que implica que a maioria delas, por isso mesmo, acaba não dando em nada. O problema em si não são os mecanismos de fiscalização que, diga-se de passagem, são distorcidos e desacreditados, mas sim o modelo vigente, caduco e esclerosado, onde se encontram enormes entraves à modernização. Por que tais entraves existem? Simplesmente, porque não tê-los significa alijar do poder muitos daqueles que lá se encontram há décadas, pessoas que representam o retrocesso político, sem nenhuma intenção de fazer reformas verdadeiras, porque sabem muito bem que os seus interesses seriam os primeiros a ser atingidos.Se não bastassem os desmandos e a corrupção que devasta e arruína o Executivo e o Legislativo, o Judiciário, baluarte da República e que tem como função precípua garantir os direitos individuais, coletivos e sociais, também está envolvido no mesmo mar de lama, pois garante a impunidade dos corruptos e ainda exige aumento acima da inflação para seus servidores.O relatório do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), publicado no Jornal "VALOR", mostra as irregularidades cometidas pela magistratura, nas diferentes instâncias e braços especializados do Judiciário, que em nada difere do Executivo e do Legislativo em matéria de apropriação indébita e malversação do dinheiro público, mordomia, nepotismo e fisiologismo. O CNJ constatou, ainda, centenas de caso de desvio de conduta, fraude e estelionato, tais como, negociações de sentenças, venda de liminares, manipulação na distribuição de processos, grilagem de terras, favorecimento na liberação de precatórios e contratos ilegais.Pesquisa feita pela Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas revela que 70% da população Brasileira considera o Judiciário Brasileiro moroso, caro e não confiável, em termos de honestidade e imparcialidade.Para os advogados, a OAB é mais confiável do que o Judiciário e o Ministério Público, é o que diz uma pesquisa divulgada pelo Instituto Mauricio de Nassau e encaminhada ao blog "Acerto de Conta", pelo coordenador da pesquisa, Adriano Oliveira. Observa-se, por ela, que essas instituições estão completamente à margem do que pensa a sociedade e conclui afirmando ser difícil encontrar um cidadão comum que acredita na justiça.Quando se proclama que o maior problema do país é o Poder Judiciário, em função da impunidad que garante aos poderosos, não ha menor exagero nessa afirmação. O único dano que sofrem os ladrões dos recursos públicos é o de ordem moral. Ficam difamados e perdem a dignidade. Mas e daí? Nunca foram dignos mesmo. Estão pouco ligando.Com a incomensurável brandura e conivência do Poder Judiciário, os maiores escândalos da história recente do Brasil se arrastam até hoje nos tribunais, sem que os principais acusados tenham sido julgados em última instância pela sangria dos cofres públicos.Um levantamento da Folha de São Paulo mostra que dez casos entre os mais rumorosos do país nas últimas décadas seguem à espera de um veredito final. O escândalo mais antigo da lista é o que levou ao impeachment do ex-presidente Fernando Collor, no final de 1992. Dezenove anos depois, as denúncias são alvo de uma ação em andamento. O processo contra seis acusados de extorsão e formação de quadrilha corre na Justiça Federal desde 1988. Até a semana passada, o Juiz não tinha dado a sentença. Collor perdeu o cargo, mas foi inocentado pelo Supremo Tribunal Federal por falta de provas e hoje é senador pelo PTB de Alagoas.O deputado Paulo Maluf (PP-SP), que assumiu a Prefeitura de São Paulo no ano de 1992, é procurado pela Interpol, não pode viajar ao exterior para não ser preso, mas nunca foi condenado definitivamente no Brasil por fraudes em sua gestão. Esteve preso apenas durante alguns dias, junto com o filho Flávio. E hoje vive momentos de tranqüilidade, livre, leve e solto.A morosidade da Justiça impede o fim de casos como o dos Anões do Orçamento, que envolve até a Diretoria de Loteria da Caixa Econômica Federal, que fazia lavagem de dinheiro para o então ex-deputado João Alves. Os acusados de desvio no TRT (Tribunal Regional do Trabalho) e na SUDAM, Luiz Estevão e Jader Barbalho, deixaram o Senado, chegaram a ser presos. Hoje, Jader se prepara para voltar ao Congresso, logo que seu processo entre em julgamento no Supremo, que já firmou jurisprudência contra a eficácia da Lei da Ficha Limpa nas eleições do ano passado. Os crimes do mensalão podem perder a validade. Passados quatro anos do recebimento da denúncia contra 40 suspeitos de envolvimento no mensalão, o crime de formação de quadrilha, espinha dorsal da denúncia, pode prescrever na próxima semana. Para que este crime não saia impune, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) terão de aplicar penas para os acusados pelo crime de quadrilha superiores a dois anos. Se a pena não ultrapassar dois anos, os acusados estarão livres.Em seu Portal, o jornalista Luiz Nassif escreveu, em uma espécie de desabafo: "Muitos se dizem aviltados com a corrupção e a baixeza de nossos políticos. Eu não. Eles são apenas o espelho do povo brasileiro: um povo preguiçoso, malandro, e que idolatra os safados. É povo brasileiro que me avilta!”José Nêumane, no livro "O QUE SEI DE LULA" diz a mesma coisa com relação ao povo brasileiro: "Não é difícil entender porque os eleitores brasileiros aceitam o LULA e a quadrilha do PT como seus lideres. A maioria das pessoas deste país faria as mesmas coisas que os larápios oficiais: mentiriam, roubariam, corromperiam e até matariam. Tudo pela sua conveniência."Se de fato essa visão do povo brasileiro é verdadeira, a culpa de é de nossos governantes que sempre relegaram a EDUCAÇÃO a um plano inferior.Atualmente, considera-se a educação um dos setores mais importantes para o desenvolvimento de uma nação. É através da produção de conhecimento que um país cresce, aumentando sua renda e a qualidade de vida das pessoas. Cingapura e Coréia do Sul são dois países que investiram pesado em Educação e, hoje, servem de exemplos ao mundo. Embora o BRASIL tenha avançado neste campo nas últimas décadas, ainda há muito para ser feito. A escola (Ensino Fundamental e Médio) ou a universidade tornaram-se locais de grande importância para ascensão social e muitas famílias têm investido neste setor. Porém, a porcentagem dedicada à educação no quadro de despesas da União caiu de 2,88% em 2003 - no início do governo petista - para 2,67% em 2004 e em 2005 e para 2,44% em 2006, voltando em 2007 ao mesmo patamar que ocupava no início do governo com 2,87%.
A conclusão é da publicação "Financiamento da Educação no Governo Lula", elaborada pela Campanha Nacional pelo Direito da Educação.
Mesmo a Educação no Brasil estando muito aquém do que deveria estar, há uma grande parcela da sociedade, muito significativa mesmo, contrária a esse estado de coisas que vivenciamos em nosso país. No dia 7 de setembro ultimo, enquanto lá em Brasília todo o governo estava presente ao desfile militar comemorativo ao dia da independência, na mesma capital federal, como também em outras cidades do país, milhares de pessoas saíram às ruas para protestarem contra a corrupção nas várias esferas da administração pública e que nesse governo da Presidente Dilma assumiu proporções nunca antes vistas em nosso país. Foi um movimento espontâneo, coisa do povo mesmo, sem a participação do chamados grupos sociais, como a UNE, a CUT e o MST, que sempre dominaram as ruas, mas que nesse dia preferiram insistir no seu estranho processo a favor do chamado "grito dos excluídos", que na verdade são os "incluídos da ordem petista". Os milhares que saíram às ruas, com raras exceções, não têm partidos, não pertencem a grupos, não reconhecem um líder, não seguem manada, não se comportam como bando e não empunham bandeiras vermelhas. Os milhares que saíram às ruas estudam, trabalham, pagam impostos, têm sonhos e querem um país melhor, estão enfarados da roubalheira, repudiam a ignorância, a pilantragem, lutam por uma vida melhor e sabem que a verdadeira conquista é que se da pelo o esforço.Os milhares que saíram às ruas não agüentam mais o conchavo, têm asco dos vigaristas que tomaram de assalto o país e não acreditam mais na propaganda oficial, repudiam a política como o exercício da mentira, chamam de farsantes os que, em nome do combate à pobreza, pilham o país, dedicam-se a negociatas, metem-se em maquinações políticas distantes do interesse público.Os políticos não apareceram, não tomaram parte nas manifestações, ainda não se deram conta de que "alguma coisa está em gestação, de que um movimento está em curso, de que algo se move no ventre da sociedade brasileira".Os milhares que saíram às ruas no dia sete de setembro, tratados com desdém pelos telejornais, fizeram a maior manifestação contra o regime petista em seus nove anos de duração.Observa-se que existe uma tentativa de desqualificação pela mídia, ao fazerem pouco caso dos sem-partido, do povo.Mas é inútil! Ao julgar pelo que houve em Brasília e em outras cidades, os sem-partido continuarão insistindo.A oposição, se quiser, que se junte a eles. Quem sabe até ela aprenda a ser livre e assume atitudes claras, bem definidas. Quem sabe, até mesmo, ela passe a integrar o movimento para a adoção do voto distrital no país, única maneira viável da nação ficar livre desses dinossauros do poder, que se constituem em um enorme entrave ao progresso e representam um passado do qual precisamos nos livrar.
Tarcísio Brandão de Vilhena

RENATA VILHENA RECEBE DIPLOMA DE HONRA AO MÉRITO DA CÂMARA DE VEREADORES DE BELO HORIZONTE

FALA DA SECRETÁRIA DE ESTADO RENATA NA SOLENIDADE DE ENTREGA DO DIPLOMA DE HONRA AO MÉRITO NA CÂMARA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE – 31.05.11


Excelentíssimo Senhor Presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, Vereador Léo Burguês, na pessoa de quem saúdo todos os membros do legislativo.

Excelentíssima Senhora Vereadora Sílvia Helena, a quem agradeço pela generosidade ao indicar meu nome para receber esse honroso diploma.

Excelentíssima Senhora Doutora Maria Coeli Simões, na pessoa de quem cumprimento os demais Secretários de Estado aqui presentes.

Uma saudação especial aos meus colegas da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão, através dos quais saúdo todos os integrantes do Governo de Minas.

Permitam-me também agradecer de forma particular a presença dos meus amigos que dividem comigo a alegria da noite de hoje.

E, por fim, na pessoa de meus queridos pais, Circéa e Tarcísio, e dos meus filhos, Flávia e Pedro, saúdo meus familiares presentes neste Plenário.


Senhoras e senhores, boa noite.

Seria pretensioso da minha parte retribuir com palavras o enorme contentamento que esta homenagem me proporcionou, pois como disse Cecília Meireles, em seu Romanceiro da Inconfidência de significado tão especial para nós, mineiros, as palavras são de vento e vão no vento, no vento que não retorna.

Por isso, antes que as palavras dominem por completo este Plenário, gostaria de aqui deixar, de forma plena e sem ressalvas, minha gratidão sincera a todos integrantes desta nobre casa, que tão bem representam os cidadãos de Belo Horizonte.

De fato, cara vereadora Sílvia Helena, muito me dignifica saber que o agradecimento que aqui faço nasce da gentil deferência de pessoas escolhidas pelo povo deste município, síntese das várias faces, culturas e tradições da nossa extensa Minas Gerais.

Isto porque, para alguém que, como eu, iniciou sua atuação como servidora pública há quase trinta anos, nada pode ser mais honroso do que ser homenageada por quem é causa e compromisso de todos os que trabalham nos órgãos e entidades das esferas administrativas desse país: o povo.

Sim, porque acredito, sinceramente, que o serviço público deve ser entendido em seu sentido literal. Não cabe a nós, servidores, trabalharmos pelo nosso próprio crescimento, mas sim buscarmos a realização de projetos e iniciativas que mudem para melhor a vida das pessoas, que reduzam as desigualdades e tragam prosperidade e oportunidade a todos.

Talvez de forma ainda mais destacada, posso afirmar que a beleza da trajetória pública não está apenas na possibilidade de trabalhar pelo avanço do povo, mas, fundamentalmente, reside na oportunidade de com ele dividir sonhos, decisões, responsabilidades e méritos, como colocado, certa vez, por nosso estimado ex-Governador Aécio Neves.

Porém, para ser capaz de dividir sonhos e esperanças de sua gente, o Estado precisa estar pronto para atuar sobre esses sonhos, para levá-los à frente como alavancas de transformação da sociedade. Sem ação, os sonhos se esvaem no vento e não mais retornam, como as palavras.

Essa necessidade de reorganização da gestão pública, felizmente, foi percebida pelo então Governador Aécio Neves, no início do seu primeiro mandato, em 2003. Assim, nasceu o que chamamos de “Choque de Gestão” que, sob sua liderança e pelo engenho do Governador Antônio Anastasia, tornou a administração mineira exemplo de gestão pública, de eficiência no uso dos recursos, de organização que trabalha com foco em resultados voltados à sustentabilidade do desenvolvimento social, ambiental e econômico do Estado.

Ao aceitar o convite para atuar naquela equipe de governo, em 2003, tive o privilégio de participar de forma ativa deste processo, e sou grata a ambos pelo enorme aprendizado e crescimento profissional que este trabalho me proporcionou.

Neste momento, senhores, peço licença para tecer mais algumas palavras sobre o Governador Anastasia.

Em seu discurso de posse, em janeiro desse ano, o Governador afirmou que Minas é a nossa causa, ou seja, a motivação, o norte a ser perseguido por todos os que com ele vierem a caminhar em sua atuação no comando da administração pública de Minas Gerais.

Não obstante a afirmação ter ocorrido em tempo recente, ao longo dos cerca de vinte anos em que tenho tido a honra de conviver e aprender com o Governador Anastasia, não presenciei uma só ação, um simples direcionamento por ele definido que não tivesse como alicerce essa terra e aqueles que nela vivem.

Por este motivo, afirmo, com convicção, que o Governador é o maior exemplo que conheço de integridade no trato da coisa pública, de valorização do povo como causa principal em qualquer circunstância, seja em seus anos como servidor, seja como eleito por esse povo para ser seu principal representante ao longo dos próximos anos.

Assim, nobres vereadores que aqui estão, me permito compartilhar a homenagem que os senhores hoje me prestam com o nosso Governador, que muito me honra com a oportunidade de com ele seguir trabalhando em prol do desenvolvimento do nosso Estado.

Da mesma forma, estendo o mérito dessa conquista a todos aqueles com quem convivi ao longo dessa jornada de quase trinta anos de serviço público. Sou grata a cada ensinamento, a cada iniciativa desenvolvida e até mesmo aos equívocos cometidos, pois acredito que a adversidade nos força a mudar o rumo e, se tivermos coragem, a buscarmos conquistas maiores.

Coragem, de fato, foi o que não faltou ao Governo de Minas, quando o então Governador Aécio Neves, no início de seu primeiro mandato, e mesmo diante das adversidades impostas pela realidade então vivida pelos mineiros, estabeleceu como visão de governo tornar Minas Gerais o melhor Estado para se viver.

Coragem também não faltou aos servidores públicos mineiros, que aceitaram o desafio proposto e trabalharam com afinco e dedicação ao longo desses anos para que, hoje, possamos afirmar com orgulho que nossa administração é uma referência de conciliação entre a boa gestão, a responsabilidade administrativa e a implementação de políticas sociais que promovem efetivas transformações da realidade.

Assim, nada mais justo, senhores, do que dividir esse diploma com o qual fui agraciada com todos os que trabalham na administração de nosso Estado, em cada escola, em cada hospital, em cada escritório.

Servidores públicos que se dedicaram a nossa causa em comum, o povo, para que Minas fosse o primeiro estado do país a trazer as crianças de seis anos para a escola; para que tenhamos, atualmente, o melhor desempenho do Brasil na educação básica; para que pudéssemos reduzir a mortalidade infantil de 17 para 13 mortes por mil nascidos vivos; para que registrássemos queda de 45% da taxa de criminalidade violenta em todo o Estado; para que ligássemos por asfalto mais de 200 municípios mineiros, pavimentando novas oportunidades para quem antes não tinha acesso à saúde, educação e emprego.

Nesse momento em que iniciamos uma nova etapa do choque de gestão, com ênfase na maior participação da sociedade, a partir da concepção de gestão em rede, tomo a liberdade de, em nome do Governo do Estado, agradecer a todos que contribuíram para os avanços obtidos nos últimos anos, e renovar nosso compromisso de seguirmos sempre em frente, sem deixar ninguém para trás.

Para terminar, creio que posso resumir o que sinto em poucas palavras, parafraseando o grande poeta Carlos Drummond de Andrade: aos meus familiares, gratidão, essa palavra-tudo.

Gratidão a meus pais por estarem sempre ao meu lado de forma incondicional, suportando minhas escolhas e me dando a base necessária para perseguir meus sonhos e buscar ser sempre mais amanhã do que sou hoje.

Gratidão aos meus irmãos pelas alegrias celebradas em conjunto, e também pelo apoio nos momentos difíceis.

Gratidão aos meus sobrinhos pelos sorrisos sinceros e pela oportunidade de estar sempre revisitando a infância.

Gratidão ao Luiz Antônio por preencher com afeto e felicidade todos os dias da minha vida. Ou, simplesmente, por estar nela.

E, finalmente, com todo meu coração, gratidão aos meus filhos, Flávia e Pedro, que são a forma de amor mais pleno que alguém pode sentir.

Que Deus nos ilumine a todos, e que nos esforcemos sempre para seguir o que nos ensinou Fernando Pessoa: “Agir, eis a inteligência verdadeira. O êxito está em ter êxito, e não em ter apenas condições de êxito. Condições de palácio qualquer terra larga tem, mas só haverá palácio se alguém o fizer ali”.

Muito obrigada.
“Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser,

mas defenderei ate a morte o direito de você dizê-las”(Voltaire)





Prezado Senhor

Dr. Celso Ayres



                  É elogiável a sua atitude em querer preservar a memória de seu tio avô, José Messias Dias, considerando ter sido ele o pai adotivo de seu ilustre pai, o médico Dr. Nelson Dias Ayres, que por vários anos exerceu com proficiência, capacidade e dedicação a sua profissão na Campanha, uma existência rica de exemplos para os pósteros.
                 Devo dizer que em nenhum momento fiz acusação, como também em nenhum momento fui cruel, desrespeitoso e quis denegrir a imagem do Sr. José Messias Dias, me detive, unicamente, em retratar os fatos. Eu não os criei, eles existiram e estão documentados nos jornais da época, é só vê-los
                Durante os movimentos revolucionários de 1930 e 1932, não houve nenhum confronto revolucionário na Campanha, sequer nas proximidades. Os confrontos aconteceram nas regiões próximas às divisas entre Minas e São Paulo, os estados oponentes. Portando, naquele momento, assim como em toda a sua História, a cidade conservou a tranquilidade que sempre a caracterizou.
                Conheço a citação do Eminente e saudoso Arcebispo Emérito de Olinda e Recife, Dom Helder Câmara (não chegou ser nomeado Cardeal) não julgo e nem faço julgamentos levianos, mesmo porque, a sociedade Campanhense já o fez.
                Opiniões divergentes devem ser respeitadas, dado que o contrário é um dos catalisadores mais eficientes para geração de idéias e para a evolução de nossa sociedade. Porém, citando o grande estadista Sir Winston Churchill, “a verdade é inconvertível; a malícia pode atacá-la, a ignorância pode zombar dela, mas no fim lá está ela”.
Cordialmente,

Tarcísio Brandão de Vilhena




O VOTO DISTRITAL

Ha muito que o país necessita de uma reforma em seu sistema eleitoral. Contudo, somente após as denúncias nas CPIs "dos Correios e do "Valerioduto" é que se pode ver com clareza a real e imperiosa necessidade dessa Reforma.O Brasil tem muitos problemas, fato conhecido todos nós; porém existem questões mais profundas, das quais se originam todas as outras. O principal problema-raíz brasileiro é a ESTRUTUTRA DE NOSSO SISTEMA ELEITORAL, cujo modelo corresponde à prática de 1932. O mandato parlamentar desse sistema afigura-se muito mais como fruto do desempenho e do esforço do candidato do que da atividade partidária e, ainda, provoca o distanciamento entre o candidato e os cidadãos, fazendo com que os representantes do povo (vereador, deputado e senador) fiquem fora do alcance das cobranças dos eleitores, por falta de uma base territorial mais definida, que seria o DISTRITO ELEITORAL.O modelo brasileiro de votação para a Câmara dos Deputados faz duas vítimas a cada pleito: a lógica e o eleitor. A lógica, porque regras obtusas permitem, por exemplo, que votos dados a um candidato sejam usados para eleger outro. O eleitor, porque a ineficiência do processo faz com que, semanas depois de ir às urnas, ele mal se lembre de em quem votou. A fim de corrigir essas distorções, um grupo de empresários e estudantes de São Paulo está propondo a adoção do voto distrital no Brasil. O modelo parte da divisão do país em distritos (no caso do Brasil, 513 - o mesmo número de cadeiras na Câmara), que elegeriam, cada um, o seu representante."A eleição de 2010 escancarou um dos maiores absurdos do sistema eleitoral brasileiro. Das 513 cadeiras da Câmara, apenas 36 foram ocupadas por políticos que chegaram lá com os próprios votos. Os outros 477 eleitos - 93% do total - conseguiram o mandato graças a votos dados a outros políticos ou às suas legendas". Isso ocorre por causa da obtusa regra do quociente eleitoral. Ela estabelece que as cadeiras do Parlamento sejam divididas entre as siglas, e não entre os indivíduos mais votados. Por isso, um candidato pode perder a vaga para um concorrente que teve votação menor, dependendo do partido em que está. É uma confusão que desorienta o eleitor e faz com que os votos dados a um político sejam usados para eleger outro. Para tirarem vantagem dessa distorção, os partidos buscam lançar os chamados puxadores de votos - candidatos de escassas credenciais e farto apelo popular, como o palhaço Tiririca. Na última eleição, ele teve 1,3 milhão de votos em São Paulo. Garantiu a própria eleição e a de mais três “caronas” que estavam em sua coligação. Com a adoção do voto distrital, essa farra acaba. Para se eleger deputado, o político terá de vencer a disputa no seu distrito sozinho, sem apelar para puxadores de votos de coligações. Os Parlamentares só serão eleitos com os próprios votos.Outro aspecto que a atual estrutura eleitoral provoca é a necessidade do candidato ter que se comunicar com um público muito disperso e desconhecido, em uma base territorial extensa, a um custo enorme, o que faz com os políticos gastem o que não têm para se elegerem, aspecto esse que os faz reféns de cabos eleitorais, obrigando-os a dar empregos a esses cabos, bem como a participar de meios, às vezes, "estranhos" para repor os gastos com suas eleições. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso considera que a solução mais adequada para o país seria a adoção do VOTO DISTRITAL, defendendo, veementemente, o sistema preconizado pela Alemanha. No VOTO DISTRITAL, o custo de uma campanha é bem menor, permitindo a ascensão política de cidadãos que estejam realmente compromissados com os interesses da comunidade.No ano passado, uma pesquisa encomendada pelo Tribunal Superior Eleitoral mostrou que, um mês após da eleição, 22% dos brasileiros não faziam idéia do nome do candidato em que haviam votado para deputado federal. O eleitor não se sente representado por nenhum parlamentar, por isso se esquece do nome dos políticos e, assim, abre mão do direito de fiscalizá-los. No sistema distrital, essa situação muda radicalmente, já que cada distrito passa a ter apenas um representante. Lembrar seu nome poderá ser tão automático quanto lembrar quem é o prefeito da cidade. Com isso, a fiscalização popular sobre os parlamentares começará, enfim, a funcionar. Cada deputado terá sobre ele os olhos de todo um distrito. O que ele fizer em Brasília terá grande repercussão em sua base - para o bem ou para o mal. Com o voto distrital, os eleitores se sentem mais motivados para acompanhar a atuação do seu parlamentar, cobrar as suas promessas e pressioná-lo. Na democracia, isso não e’ pouca coisa”, diz o cientista político José Álvaro Moisés, da Universidade de São PauloO jornal "Estado de São Paulo", na sua edição de 27 de março de 2010, traz um artigo de Mauro Chaves que ilustra de modo objetivo e com absoluta clareza o que pode ocorrer com adoção do voto distrital: "Nas eleições de 2002 o deputado federal Valdemar Costa Neto (PL) obtivera 45.738 votos em seu grande reduto eleitoral, Mogi das Cruzes, mas nas eleições de 2006 lá só obteve 9.654 votos, com o que não teria sido reeleito. Nas eleições de 2002 o deputado federal João Paulo Cunha (PT) obtivera 87.912 votos em seu grande reduto eleitoral, Osasco, mas nas eleições de 2006 lá só obteve 49.082 votos, com o que não teria sido reeleito. Nas eleições de 1998, o deputado federal Antônio Palocci Filho (PT) obtivera 83.279 votos em seu grande reduto eleitoral, Ribeirão Preto, mas nas eleições de 2006 lá só obteve 16.187 votos, com o que não teria sido reeleito. Sem importar as razões que levaram eleitores a repudiar políticos de sua região que haviam consagrado nas urnas - e sem entrar no mérito da questão do mensalão ou da do caseiro Francenildo Costa -, esses são apenas três exemplos emblemáticos do rigor da cobrança dos eleitores quando conhecem de perto os seus representantes.O sistema eleitoral brasileiro se livraria de seus maiores vícios e se aproximaria do que tem dado certo nas boas democracias se nossa sociedade entendesse que é mais fácil enganar longe de casa. Se assim entendesse, cobraria da classe política uma reforma urgente, que aproximasse o povo de seus representantes. Pois é isso que se faz, há muito tempo, nos Estados Unidos, na Inglaterra e na França, entre outras democracias de boa qualidade que adotam o sistema do voto distrital puro"Aprovar a reforma política com o Voto Distrital é um grande salto positivo em direção a um legislativo mais transparente e a uma população mais preparada, porque o temos atualmente, é um Parlamento conspurcado de figuras incompetentes e corrompidas por suas condutas que denigrem a imagem do Congresso Nacional. São os mensaleiros que sujaram a Casa do Povo e estão respondendo a processos por vários tipos de corrupção no moroso e suspeitável STF de indicação política. O que temos, atualmente, é o Congresso Nacional muito distanciado do povo, que não escuta a sociedade e que não defende os interesses do povo. Ao que parece, especializaram-se em votar medidas provisórias governamentais, um verdadeiro "exercício de politicagem condenável". Por esses motivos, aqui expostos, é urgente uma REFORMA POLITICA que consagre o voto distrital puro, para que o eleitor tenha efetivo controle sobre o seu representante no Parlamento. O voto distrital é o caminho mais eficaz para se ter um Parlamento representativo e fiscalizado. O voto distrital é um voto transparente em que o eleitor conhece o candidato, e não o voto cego de lista fechada. O distrital sistema misto, na maioria dos casos, não passa de mera tentativas como único objetivo perpetuar oligarquias. Integrantes de velhos clãs sempre contam com sobrenomes poderosos e dinheiro farto para se eleger. Dessa forma, fazem campanhas portentosas e conseguem reunir votos suficientes para obter um passaporte para a Câmara. No sistema distrital puro, eles continuariam fazendo campanhas ricas, mas teriam de disputar voto a voto com lideranças regionais, o que tornaria suas campanhas bem mais duras. "Se o sistema distrital estivesse em vigorem 2010, 28 representantes de oligarquias políticas teriam tido muito mais dificuldade para ser eleitos para a Câmara".Não somos ingênuos em esperar que a mudança do sistema eleitoral resolverá todos os problemas da política brasileira. Mas, firmemente, acreditamos que o VOTO DISTRITAL é um passo adiante. O objetivo é dar força aos eleitores, levar o debate político às massas populares, politizando-as para que possam assumir a responsabilidade de transformar a política pela sua própria ação.

Tarcísio Brandão de Vilhena

INAUGURAÇÃO DO COMPLEXO DE SAÚDE DA CAMPANHA


                      DISCURSO DE RENATA VILHENA
Por diversas vezes, quando tenho meu perfil profissional descrito em publicações e periódicos, sou definida como sendo extremamente técnica, com foco em números, resultados financeiros e medidas pragmáticas.
Não nego, nem renego, esse traço da minha atuação no dia-a-dia, e considero que ele é fruto da enorme responsabilidade imputada a todos os que trabalham no serviço público: zelar pelo bem comum e buscar sua melhoria contínua, fazendo melhor uso dos recursos disponíveis.
Portanto, ser técnica, sob essa perspectiva, passa a não ser mais uma característica como outra qualquer, mas uma obrigação para todos aqueles que, como eu, são apaixonados e devotados à ação de trabalhar pela sociedade, por sua evolução e transformação coletiva.
Ora, mas se existe paixão e devoção, como pode haver só razão? De fato, não há, e é exatamente por isso que, sempre que sou questionada a respeito do meu tecnicismo, digo que ele existe, é necessário, mas não suficiente, porque a vida pública pressupõe trabalhar com pessoas e para as pessoas, e se fizermos isso guiados apenas pelos números, a conta final, por mais paradoxal que seja, não irá fechar.
Faço essas considerações porque vivo hoje uma ocasião especial, em que vejo refletidas, claramente, essas duas faces de uma mesma moeda: de um lado, os resultados e metas tão associados à Secretária de Planejamento e Gestão; de outro, a emoção e o contentamento que sinto ao trazer os bons frutos da administração responsável adotada pelo Governo de Minas para a cidade que, há mais de duzentos anos, acolhe minha família e tem sua história à dela misturada.Parte dessa história está refletida no Complexo Municipal de Saúde que agora inauguramos, pois é com muita honra que o vejo receber o nome do meu tio, Luiz Paulo Brandão de Vilhena.
A razão e a origem dessa homenagem se encontram em uma importante parceira para que o empreendimento que hoje celebramos pudesse se tornar realidade: a Santa Casa, que revestida com a ação solidária e com a caridade cristã que são parte indissociável de sua história, doou o terreno necessário à construção do complexo.
Campanha, mantendo o pioneirismo que tradicionalmente a caracteriza, foi a quarta cidade de Minas Gerais a possuir uma Santa Casa. Um dos grandes artífices de seu processo de concepção e de construção foi o major Mathias Antonio Moinhos de Vilhena, filho do primeiro antepassado de minha família a fixar residência nessa cidade, ainda no século dezoito
O major Mathias, além de ter capitaneado e custeado boa parte das obras da Santa Casa, foi eleito seu primeiro provedor, em 1841, assim tendo permanecido por quarenta e cinco anos.
Posteriormente ao major Mathias, a função de provedor da Santa Casa de Campanha foi ocupada, ao longo de sua secular história, por mais cinco membros da família de Vilhena. Dentre eles, meu avô, Dr. Serafim Maria Paiva de Vilhena, que dedicou sessenta anos de sua vida a esta Casa, cinquenta deles como provedor.
O último dos Vilhena a ocupar exercer tão nobre mandato foi meu tio, Luiz Paulo Brandão de Vilhena, daí nascendo a homenagem que considero como sendo não apenas a ele, mas a todos da família que dedicaram suas vidas à misericórdia e à humanização da saúde.
A propósito de tais valores e daquele que os vinculou à história da nossa família e de Campanha, disse o jornal “O Despertador”, quando do falecimento do Major Mathias:
“Com seu passamento, Campanha perdeu um de seus mais distintos e honrados cidadãos, que nunca poupou esforços para o engrandecimento material e moral desta terra. Muitas vezes, o major Mathias, guiado pela justiça e pelos doces sentimentos que inspira a religião do Cristo, livrou da miséria famílias inteiras. O nome do major Mathias está gravado com letras indeléveis no coração dos pobres, e este é o seu maior padrão de glórias”.
O major Mathias pode não ter sido uma pessoa pública de direito, mas poucos vivenciaram tão intensamente os valores que buscamos em nossa profissão como ele: foi técnico e pragmático, quando assim foi preciso, durante a construção da Santa Casa e como seu provedor. E foi, acima de tudo, um apaixonado pelas causas coletivas, pelo desejo inesgotável de fazer do mundo em que vivia um lugar melhor, não apenas para si, mas para todos que o habitavam.
De minha parte, pretendo continuar me espelhando no exemplo do major, meu tetravô, e em tantos outros que, felizmente, em épocas passadas e também no tempo presente, continuam a nos permitir acreditar que é possível fazer do serviço público um constante exercício de generosidade, de responsabilidade e de vontade de construir algo sólido e positivo para as gerações atuais e futuras.
Muito obrigada.

DOIS CAMPANHENSES ILUSTRES

                                                          


Apágina 70, Seção 1. do Diário Oficial da União (DOU), de 30/10/1912, traz uma matéria enaltecendo a cidade da Campanha, pela a tradição de gerar filhos que se projetaram como cidadãos eminentes não só em nosso país, como também no exterior. Traz uma enorme relação de Campanhenses ilustres, de renome nos vários segmentos sociais.

Não à toa, Campanha foi cognominada a "Atenas Sul Mineira", que é, de fato, metáfora brastante apropriada à cidade. Vital Brasil Mineiro da Campanha e Maria Martins, por exemplo, não são nomes esporádicos, que sugiram ao acaso. Essa persistência de filhos ilustres nascidos em Campanha tem sido uma constante que permanece até aos dias atuais.
Muitos dos que integraram a sociedade Campanhense e muitos que hoje continuam a integrá-la são pessoas dotadas de sabedoria, caráter e devotadas ao engrandecimento de nossa querida Campanha. Portanto, são merecedores do apreço e da admiração de todos Campanhenses.
Permito-me aqui destacar dois eminentes Campanhenses, motivos de orgulho de nossa cidade, que se projetaram no exercício de suas respectivas profissões, reconhecidos no país e no exterior como médicos de reconhecida competência.
Já foi dito que o caráter do ser humano tem dois grandes traços: a atividade de prestar serviços, o que evidencia sua generosidade, e o silêncio sobre os serviços prestados, o que caracteriza sua humildade. Esses traços integram a personalidade de dois irmãos: o cirurgião geral Cláudio Almeida Oliveira e o cirurgião cardiovascular Sérgio Almeida Oliveira.
Filhos de pai e mãe Campanhenses, ambos herdaram uma ancestralidade que reúne sabedoria e exemplo, e tiveram formação moral, ética e humanística indispensáveis ao exercício da medicina, fazendo-os, portanto, merecedores da irrestrita confiança indispensável à relação médico-paciente.
Cláudio e Sérgio se caracterizam por serem cidadãos discretos e com profundo amor à medicina. São duas personalidades com notável representatividade no meio em que vivem e sinceras convicções dos deveres e da integridade que um profissional deve possuir.
Campanhenses de nascimento, trazem a argúcia e a prudência aos modos do povo das Minas Gerais. Se todo homem deve ser aquilo que é, eles cumpriram esse imperativo fazendo-se médicos.
Profissionais emocionalmente equilibrados, Cláudio e Sérgio tem sido capazes de transmitir à comunidade e aos pacientes, ao longo de sua carreira, a confiança e segurança indispensáveis ao exercício da Medicina.
A lembrança que guardo da época em que éramos estudantes é a de dois jovens inteligentes, elegantes, estudiosos, que fugiam dos arruídos das agitações públicas, mas amavam o convívio dos colegas e se entretinham nos comentários sutis dos acontecimentos políticos do dia.
Com o passar do tempo, ambos seguiram o rumo traçado pelo destino e por sua vocação natural, tendo ingressado na Faculdade de Medicina. Nela, e ao longo de sua carreira, sua capacidade e inteligência ágil os tornaram capazes de vislumbrar, ao primeiro intuito, aspectos essenciais de questões inerentes à profissão que abraçaram.
Ambos são, ao mesmo tempo, professores universitários, exímios cirurgiões e conquistaram o foro de professores eméritos, consagrando, dessa maneira, uma escalada que os levou a ultrapassar fronteiras e serem reconhecidos internacionalmente pela competência e pelo brilhantismo no desempenho da profissão que escolheram.

Tarcísio Brandão de Vilhena

sábado, 7 de julho de 2012

AS NOVE SINFONIAS DE BEETHOVEN

                    BEETHOVEN: O HINO À PAZ

                                                                                                              Tarcísio Brandão de Vilhena

Num gesto sem precedentes, a UNESCO classificou a 9ª Sinfonia», de Beethoven, como Património da Humanidade. Não só porque é uma das maiores composições de todos os tempos, mas também porque, com o seu imortal Hino à Alegria, é um dos mais eloquentes apelos à paz e à fraternidade entre os povos.
Após a queda do Muro de Berlim, tornou-se uma espécie de símbolo da reunificação alemã e do desmantelar da Cortina de Ferro. Desde que foi composta, foi encarada como a tradução musical dos grandes ideais da Revolução Francesa, um apelo à fraternidade entre os povos, sinal do advento de uma religião tolerante e universal. De um modo geral, o último movimento – sobretudo o Hino à Alegria, <O Freunde, nicht Tonel> baseado numa ode do poeta alemão Schiller – tornou-se sinónimo de exortação à paz mundial. De tal modo que, em vários pontos do planeta, se tornou tradição interpretá-la na véspera de Ano Novo, como um voto de paz e prosperidade.

Em tempos de crise global, discórdia generalizada e constantes ameaças de guerra, a UNESCO abriu um precedente, talvez como forma de lembrar ao mundo a beleza e a alegria da harmonia e da paz, classificou a 9a Sinfonia, de Ludwig van Beethoven, como Património da Humanidade.
Foi a primeira composição musical a merecer tal honraria. O que não é de se estranhar numa obra tão original e excepcional. Ao incluir a voz humana num género como a sinfonia, Beethoven o fez pela primeira vez. E quem alguma vez a tenha ouvido, dificilmente esquecerá o grito que ele nos quis legar, no meio das vozes, por vezes, da quase ensurdecedora ode coral à Alegria: "Todos os homens se tornam irmãos, lá onde plana a tua afável asa"!
Um dos maiores génios da música e um dos mais universalmente ouvidos e amados, Beethoven nasceu na cidade alemã de Bonn em 15 de Dezembro de 1770 e viria a falecer na capital austríaca em 26 de Março de 1827. A 9ª Sinfonia, a última que escreveu, foi estreada em 1824, em Viena, com toda a pompa e circunstância. "O próprio compositor a dirigiu, mas embora voltasse as páginas e batesse o compasso, estava completamente defasado em razão da surdez. Ficou destroçado. No fim, tiveram que forçá-lo a ver os aplausos e os gritos de entusiasmo".Tudo na sua grande obra tem a marca da exceção e da excepcionalidade.
Embora tenha sido um projeto acalentado ao longo de praticamente toda a sua vida, só em 1817 surgem os primeiros esboços do primeiro andamento, e apenas em 1822 o tema do Hino à Alegria encontra a sua forma definitiva. Nos seus escritos, Beethoven assim se expressa: Ah! É isto, encontrei-a!.... Alegria!
Em fins de 1823 decide introduzir o coro final, lembra-nos Roland de Candé, "à custa de enormes esforços e de momentos de incerteza e de desencorajamento". Em 1824, Beethoven a da por terminada. O mais notável: ao longo dos sete anos em que compôs uma das "obras-chave" da música de todos os tempos, já estava completamente surdo. Candé nos lembra: "A sinfonia com coro exprime toda a sua recusa de aceitar, a recusa do pessimismo".
Segundo Victor Hugo, a Sinfonia é um "ato de otimismo de tom profético, é uma apoteose da Utopia a verdade do amanhã esta utopia que é o âmago do seu carácter e o fermento das suas maiores obras". A sinfonia, que viria a influenciar não só as obras do género que se lhe seguiram mas também muitas das músicas composta nos séculos XIX e XX. Foi também a superação de um drama interior e uma sobre-humana determinação em o superar os percalços que o envolvia.
Romand Rolland, a propósito do apogeu do primeiro movimento, assim o descreve: "É a aparição de Deus no monte Sinai. No segundo: Na doçura de um paraíso, a aparição de um Jeová, coroado de raios! Na apreciação do movimento final, Rolland diz: "encontra-se já o prenúncio da aura que hoje a envolve: a conjugação perfeita da poesia e da música, o anúncio do reino de Deus sobre a Terra, estabelecido pela fraternidade dos homens, na razão e na alegria".
O 3º movimento, "Adágio molto e cantabile",de rara beleza e, possilvelmente, o mais importante, porque, segundo os estudiosos, ele constitui o cérne da sinfonia, toda a sinfonia é calcada nesse movimento.
A genialidade da música, a sua recusa da derrota e este seu grande hino à vida, que se pode considerar o seu testamento à humanidade, fizeram com que Beethoven, ao contrário do que acontecera com os seus mais ilustres antecessores, se tornasse um herói para os homens da sua própria época. Quando morreu, teve um funeral digno de um príncipe e os seus restos mortais foram cultuados como os de um santo.
Mas, o que mais importa, é que, através da música, a única linguagem verdadeiramente universal, continúa a falar aos homens do nosso tempo. E a ensiná-los a encontrar, em plena dor, a "Alegria, que é a mais luminosa face da Paz".
A partitura original da 9ª Sinfonia encontra-se guardada em Berlim, na Biblioteca dos Tesouros Culturais Prussianos.
Mas é em Bonn, a cidade natal do compositor, que se sucederam as celebrações do 175º aniversário da sua morte. Uma série de homenagens e eventos culturais, que incluiram, a partir de 2002, o Festival Beethoven.
A casa em que nasceu Beethoven foi transformada em Museu, a exposição "Três Funerais e Um Óbito – O Fim de Beethoven e a Cultura da Memória no Seu Tempo". Entre as peças expostas – 120, vindas de Londres, Berlim, Viena e Kassel – encontra-se a famosa máscara mortuária em gesso, um cacho dos seus cabelos, o laudo da autópsia e a réplica do coche fúnebre que o conduziu até à sua última morada.
As sinfonias de Beethoven - principalmente as de número 3, 5 e 9 - costumam ser interpretadas pelos os analistas como versões musicais do "Fausto" de Goethe. Como a óbra do escritor alemão, elas representariam um percurso pelo inferno que caminha para uma redeção final - os movimentos luminósos e de uma grandeza eloquente, encerram essas sinfonias. Pode-se dizer que Cláudio Abbado, o grande regente de nossa era, viveu esse percurso, e o começo de sua redenção está na gravação antológica registrada em DVD.

Viajar com Claudio Abbado pelas nove sinfonias de Beethoven é uma "experiência sublime, em todos os sentidos". Não por acaso, "sublime" foi a palavra usada em 1824 para qualificar a Nona Sinfonia, desde sua estreia no dia 7 de maio em Viena. "Sublime", adjetivo que motiva as gerações futuras a conhecerem essas nove sinfonias. E cada orquestra tem, sim, a obrigação básica de executar o ciclo das nove sinfonias, ao menos a cada três ou quatro anos. De preferência, restituindo, como fez Cláudio Abbado nestes admiráveis concertos capturados ao vivo em DVDs, seu caráter "sublime”.